NAUFRÁGIO DE BATELÃO NA COVA DA ALFARROBA- 2007
Histórico da investigação
Visita do adido cultural da embaixada do Perú ao sítio de
enterramento dos náufragos de 1786. Campanha arqueológica de 1987 em Peniche
com a presença do presidente da Câmara Municipal de Peniche, José Augusto
Tavares Barradas.
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Pormenor de crânio de náufrago de 1786. Exemplo de
traumatologia tipo do depósito de vítimas do naufrágio enterrados na falésia
norte de Peniche.
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Pormenor das recuperações submarinas no sítio do San Pedro
de Alcântara durante o final do Inverno de 1786. O homem de pé segura uma
vara de madeira que serve de guia a um mergulhador em apneia (não visível na
imagem). O pormenor é tirado de uma gravura do artista espanhol Luís Paret.
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Pormenor da mesma gravura. São visíveis três mergulhadores
no topo da carga de barras de cobre do navio.
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Instalação da quadrícula "Q1" durante a campanha
submarina de 1988. O mergulhador Mário Jorge de Almeida retira com balão as
pedras mais volumosas. O sítio foi escolhido por corresponder a zona de
impacto do navio durante a noite de 2 de Fevereiro de 1786.
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Descoberta da "bolsa de mercúrio" na rocha-mãe.
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Inventariação das colecções retiradas do mar durante a
campanha submarina de 1988.
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A antiga prisão política situada na fortaleza de Peniche
serviu de instalações e de laboratório durante a campanha submarina de 1988.
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Dessalinização das peças provenientes do sítio do
naufrágio (campanha 1988).
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Pormenor de fragmentos de cerâmica em processo de
dessalinização (campanha de 1988). O estudo do processo de fragmentação da
cerâmica foi essencial para identificar o sítio do impacto de 2 de Fevereiro
de 1786.
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Topografia submarina (campanha 1997).
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1786 :
Ás 10 e meia da noite de 2 de Fevereiro, o navio de guerra
espanhol de 64 canhões San
Pedro de Alcantara bate contra as rochas da península da Papoa, em
Peniche: 128 mortos.
Entre as vítimas encontram-se 17 índios, prisioneiros
políticos, homens, mulheres e crianças ligados á rebelião de Tupac Amaru. Entre
os presos sobreviventes encontra-se Fernando Tupac Amaru. O rapaz, subitamente
livre após ter escapado á morte no naufrágio, acaba por entregar-se ás
autoridades. É enviado para Espanha onde morrerá anos mais tarde.
No fundo do mar, segundo julgamos, não resta virtualmente
nada do navio de guerra de 64 canhões construído na ilha de Cuba em madeira de caoba,
uma essência tropical reputada, por um construtor naval britânico ao serviço da
armada de Sua Majestade Católica, o rei de Espanha. No mês de Junho de 1786, os
mergulhadores conseguem inclusivamente levantar o próprio fundo da querena que
rebocam até á praia de Peniche de Cima onde o grande esqueleto de madeira acaba
então por ser desmontado para recuperação de todo o tesouro embarcado no Perú.
Na pista do San Pedro de Alcantara:
1975:
Início da investigação em arquivos históricos europeus dos
documentos relacionados com o tema (J.Y.Blot).
1977:
Localização e identificação (pelo arqueólogo Jean-Yves Blot)
do sítio de naufrágio do navio espanhol San Pedro de Alcantara
1982:
O caso do San Pedro de Alcantara ‚ tema de um estudo
de J-Y Blot apresentado na Universidade da Sorbonne, em Paris : "Une
navigation carrefour : le naufrage du San Pedro de Alcantara (Peniche,
Portugal,2 février 1786) (nota 1).
1984:
Após concessão de uma bolsa atribuída pela Casa Velazquez
para uma investigação histórica consagrada ao mesmo tema, o Museu do Mar de
Cascais publica, juntamente com o Museu Nacional de Arqueologia e de Etnologia
de Lisboa, a monografia intitulada "O naufrágio do San Pedro de
Alcantara(...)", de J-Y Blot (nota 2).
1985:
Prospecção magnética em terra, na parte da costa norte de Peniche
chamada "Porto de Areia Norte",para a localização do sítio de
enterramento dos náufragos do "San Pedro de Alcantara"(1786).
Participação de: Câmara Municipal de Peniche, Laboratório de Arqueometria da
Universidade de Tours, França (A.Kermorvant) e Escuela Politécnica de La
Rabida, Espanha (F.Pratt,S.Romero). Financiamento da associação GRIEMM, Musée
de la Marine, Paris.
Contaminação arqueológica : registo cinematográfico do
testemunho do comandante Francisco Duarte, ex-capitão do cargueiro João Diogo
naufragado em 1963 na vizinhança do sítio de naufrágio do San Pedro de
Alcantara. O testemunho ‚ gravado em película de 16mm no domicílio deste
marinheiro, pouco antes da sua morte. Realização de Ricardo Costa .
Em entrevistas anteriores com Jean-Yves Blot, o comandante
Duarte observou um punho de serra em bronze encontrado no local do naufrágio do
João Diogo e afastou a hipótese de se tratar de uma ferramenta
pertencente ao cargueiro naufragado em 1963 (nota 3). Uma investigação
posterior permitiu associar a peça aos equipamentos dos mergulhadores do século
XVIII para remover obstaculos de madeira no fundo do mar (nota 4).
1986:
2 de Fevereiro. Inauguração no Museu Municipal de Peniche
(aberto em 1984 no espaço da Fortaleza de Peniche) de uma pequena exposição
comemorativa do bicentenário do naufrágio do San Pedro de Alcantara.
Realização de um diaporama sobre o mesmo tema, por Ricardo
Costa, imagens J-Y Blot.
1986:
Julho. Segunda prospecção magnética (Kermorvant, Pratt,
Romero, da Universidade de Tours e da Escuela Politécnica de La Rabida) no
terreno de Peniche de Cima, Porto de Areia Norte, local provável das inumações
das vítimas do acidente de 1786.
Primeira campanha de escavações arqueológicas, sob a égide
do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia de Lisboa, no local dos
enterramentos de Peniche de Cima, sob a orientação de J-Y Blot, Maria Luisa
P.Blot e Jane Tatoni.
Localização dos primeiros vestígios osteológicos humanos de
náufragos do San Pedro de Alcantara
Início de filmagens sobre as escavações arqueológicas
(realização: Franscico Henriques).
Apoio da Câmara Municipal de Peniche e da Escola de
Sargentos do Exército de Caldas da Rainha.
1987:
Maio. Viagem de investigação ao Perú (J-Y Blot) a Lima,
Cuzco, e no vale de Vilcanota (Andes) para investigar diversos aspectos
relacionados com os materiais arqueológicos presentes no sítio arqueológico do San
Pedro de Alcantara, em Peniche.
Primeiro contacto com a antropóloga peruana Dra. Judith
Vivar, da Universidade Católica de Lima, e planeamento de uma futura
colaboração desta cientista no estudo antropológico dos esqueletos dos
náufragos de 1786.
Julho-Agosto : segunda campanha arqueológica em Peniche de
Cima (M.N.A.). Financiamento: Departamento de Arqueologia do Instituto
Português do Património Cultural. Apoio técnico-financeiro da Câmara Municipal
de Peniche. Apoio da Escola de Sargentos do Exército de Caldas da Rainha.
Direção científica das escavações : Maria-Luisa P.Blot & J-Y Blot.
Apresentação do estaleiro arqueológico de Peniche de Cima ao
representante da embaixada do Perú (adido cultural) e recepção do mesmo na
Câmara Municipal de Peniche.
Visitas guiadas diárias no estaleiro arqueológico de Peniche
de Cima.
Animação cultural com apresentação de diaporama (realização
de Viriato Coelho, produção do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa)
dedicado ao San Pedro de Alcantara (difusão no Centro de Turismo da
Câmara Municipal de Peniche).
Continuação das filmagens (M.N.A.,co-realização Francisco
Henriques/Viriato Coelho).
Reportagem televisiva da World Wide TV News (W.T.N.),
realizador: Jean Marco.
"Festa do Osso" : Baile festivo organizado para
autofinanciar a campanha de escavações de 1987. Colaboração Rádio Litoral de
Peniche, Clube Recreativo Penichense, Zorba (cavalo) e Ruço (mula). Entre os
números apresentados : "Cacos Clay contra a Bilha", "Drácula e a
Arqueóloga", "Aniversário do Careca" (improvisado), etc...As
dívidas da escavação sao pagas com as entradas do baile.
Dezembro.Mónaco, leilão das galerias Sotheby's e aquisição,
pelo Instituto Português do Património Cultural (IPPC) de dois quadros do
pintor Jean Pillement (1728-1808) relativos ao naufrágio e salvamento posterior
do tesouro do San Pedro de Alcantara em Peniche, em 1786. Os quadros encontram-se
hoje no Museu Nacional de Arqueologia, M.N.A.,Lisboa. Jean Pillement fez três
estadias em Portugal, pais onde deixou uma obra abundante.
O interesse pessoal do banqueiro Ricardo Espírito Santo pela
obra de Pillement desencadeou no período mais recente uma nova onda de
interesse em Portugal por este pintor francês .
1988:
Julho-Setembro. Primeira campanha arqueológica submarina no
sítio do naufrágio do San Pedro de Alcantara (M.N.A., direcção
científica J-Y Blot).
Terceira campanha arqueológica terrestre em Peniche de Cima
(M.N.A.,direcção científica: Maria Luisa P.Blot).
Financiamento do Instituto Português do Património Cultural.
Apoio Câmara Municipal de Peniche, Escola de Sargentos do
Exército de Caldas da Rainha e vários particulares de Peniche. Alojamento dos
participantes na Fortaleza de Peniche.
Continuação das filmagens (M.N.A., realização: Francisco
Henriques, Viriato Coelho. Imagens submarinas: Viriato Coelho e Gustavo de
Carvalho. Difusão de uma reportagem sobre os trabalhos efectuados (M6 Paris.Realização
de Francisco Henriques, imagens de Viriato Coelho.).
Reportagem televisiva da R.T.P..Realização de António
Branco.
Reportagem da TV Soviética
Numerosas reportagens na imprensa nacional
1989:
Visita guiada (I) aos sítios da península de Peniche
relacionados com o naufrágio do San Pedro de Alcantara (Maria Luisa P.Blot,
Centro Nacional de Cultura -C.N.C.-)).
Visita guiada (II) ao espólio proveniente das escavações
terrestres do San Pedro de Alcantara conservado no M.N.A.-Lisboa- (Maria Luisa
P.Blot, C.N.C.).
Visita guiada (III) ao espólio do San Pedro de Alcantara em
tratamento no Laboratório de Conservação e Restauro do Museu Monográfico de
Conimbriga (Maria-Luisa P.Blot, C.N.C.).
O Serviço Hidrográfico da Marinha de Brest, França (EPSHOM),
autor de uma modelização dos movimentos das marés no mundo válido para todo o
calendário gregoriano (dos nossos dias até ao ano de 1582), calcula as alturas
de marés no dia 2 de Fevereiro de 1786 em Peniche.
A astrónoma Dra.Alfredina do Campo, do Observatório
Astronómico da Ajuda, em Lisboa, determina a equação de tempo em Peniche
naquele dia de 1786, permitindo utilizar os dados de marés obtidos no EPSHOM de
Brest.
O conjunto permite observar que a hora do naufrágio do San
Pedro de Alcantara coincidiu com uma maré extremamente baixa em Peniche.
Acabava de ser lançada uma nova fase da investigação que iria levar os
investigadores a interessar-se doravante, com a máxima precisão, pelas formas
do próprio navio, o San Pedro de Alcantara, de 64 canhões, construído no
arsenal de Cuba em 1771, com madeiras tropicais.
1990:
Conferência no Centro Cultural de Beja sobre as
investigações levadas a cabo em torno do naufrágio do San Pedro de Alcantara
(Maria Luisa P.Blot).
Novembro : "Arqueologia de um navio : o San Pedro de
Alcantara" ( artigo de J-Y e Maria Luísa P.Blot na revista Oceanos, nº5,
Comissão dos Descobrimentos, Lisboa).
Rolex, Suiça .Prémio "Rolex Awards for
Enterprise", (Honourable Mention) concedido ao arqueólogo J-Y Blot:
"Investigating the last voyage of San Pedro de Alcantara" (o texto
integral, em inglês, com este título, encontra-se reproduzido em anexo, ver
em anexo ficheiro ROLEX3.WPS). A entrega do prémio tem lugar no restaurante
Michel (Cais de Alcantara, Lisboa) por um responsável da firma Rolex,de
Genebra.
1991:
Março. Paris. Revista La Recherche, publicação do artigo
"Le Naufrage du San Pedro de Alcantara" (J-Y Blot e Maria Luísa
P.Blot).
Julho. Louisiana, U.S.A.: 47º Congresso Internacional de
Americanistas, Universidade de Tulane, New-Orleans.
A convite dos organizadores deste Congresso ‚ dedicado um
Simposium ao tema do interface história-arqueologia em sítios arqueológicos
americanos fora do território americano. Os arqueólogos responsáveis pelos trabalhos
nos sítios do San Pedro de Alcantara em Peniche apresentam em
conferência, no âmbito do Simposium referido, os resultados obtidos até á data
:
-J-Y Blot : "Um caso de interface história-arqueologia : o naufrágio do San Pedro de Alcantara, Peniche, Portugal, 1786".
-M.L. P.Blot : "Traumatologia de restos humanos : o caso do naufrágio do San Pedro de Alcantara".
-J-Y Blot : "Um caso de interface história-arqueologia : o naufrágio do San Pedro de Alcantara, Peniche, Portugal, 1786".
-M.L. P.Blot : "Traumatologia de restos humanos : o caso do naufrágio do San Pedro de Alcantara".
1992:
Outubro. Conferência na Academia de Marinha de Lisboa
("Um caso de interface história-arqueologia : o naufrágio do San Pedro
de Alcantara, 1786, Peniche).J-Y Blot e M.L. Blot. O tema desta conferência
será publicado mais tarde sob o mesmo título, pela Academia de Marinha de
Lisboa.
Visita guiada aos sítios da península de Peniche
relacionados com o naufrágio do San Pedro de Alcantara no âmbito do
Primeiro Curso de Conservação de Património Arqueológico de Proveniência
Aquática (Maria-Luisa P.Blot, Museu de Peniche).
1993 :
Abril : 1ª fase de um Atelier de Escultura dedicado
concepção de um monumento evocador do naufrágio do San Pedro de Alcantara
a realizar pelos alunos de Arte e Design do ensino secundário de Peniche.
Orientador : escultor João Duarte, professor da Escola Superior de Belas Artes,
Lisboa. Iniciativa de M.L.Blot, Museu de Peniche.
Junho: Exposição no Museu de Peniche : "Estudos para um
monumento na Papoa"- resultado dos trabalhos do Atelier de Escultura
orientado por João Duarte.
Agosto : 4ª campanha de excavações terrestres no sítio do
enterramento das vítimas do naufrágio do San Pedro de Alcantara, Peniche
de Cima. Apoio Câmara Municipal de Peniche, Museu de Peniche, Serviços de
Arqueologia (IPPAR), Escola de Sargentos do Exército de Caldas da Rainha.
Patrocínio para alimentação da equipa de escavação (loja "A Flor do
Restelo", Lisboa).
Dezembro : conferência de Maria Luísa P. Blot na Academia de
Marinha de Lisboa :"Os efeitos do mar nos esqueletos dos náufragos do San
Pedro de Alcantara, 1786" (nota 5).
1994:
Publicação de "O interface História -Arqueologia: o
caso do San Pedro de Alcantara", de Jean-Yves Blot e Maria Luísa P.Blot.
Edição da Academia de Marinha de Lisboa.
Agosto : 5a campanha arqueológica terrestre em Peniche.
Descoberta dos restos humanos do 24º náufrago de 1786 . Mesmos apoios do que
nas campanhas anteriores.
Setembro : sob a égide do Museu de Peniche, com a
participação da Associação Ocidente (grupo dedicado a história da costa e
regiõo de Peniche) e apoio do Clube Naval de Peniche ‚ organizado um curso de
introdução ás técnicas da arqueologia subaquática (orientação de J.Y.Blot)
durante o qual o especialista britânico Nick Rule, autor do sistema de
triangulação em 3 dimensões no sítio submarino do Mary-Rose(1545) em
Inglaterra, vem iniciar os participantes a essa tecnologia a aplicar no sítio
submarino do San Pedro de Alcantara. Em conjunto com J-Y Blot,
orientador do curso, Nick Rule efectua o tratamento tridimensional das medições
obtidas em 1988 no sítio submarino do San Pedro de Alcantara.
Setembro : conferência nas 6as Jornadas de Engenharia Naval,
Viana do Castelo : "Interpretação do naufrágio do San Pedro de
Alcantara na costa de Peniche (1786)"(J-Y Blot). Esta conferência
integra-se numa investigação dos aspectos de arqueologia naval relacionados com
o San Pedro de Alcantara a convite do engenheiro Carlos Guedes Soares,
director do Departamento de Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico
(IST) de Lisboa.
Outros aspectos da aplicação da engenharia naval a casos de
arqueologia são apresentados numa outra conferência ("Aplicação de métodos
automáticos ao estudo de formas de cascos antigos", por J-Y Blot, P.Ruiz,
M.F.Ventura e C.Guedes Soares) (nota 6).
Os trabalhos arqueológicos de Peniche em torno do San
Pedro de Alcantara são apresentados ao grande público (J.Y.Blot e M.L.Blot)
no Atlas de Arqueologia da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
(nota 7).
Novembro 1994-Fevereiro 1995 : preparação da exposição
"O Navio do Ultimo Inca", na capela da Fortaleza-Museu de Peniche,
por uma equipa de voluntários de Peniche:
1995 :
Primavera: a Câmara Municipal de Peniche e o Departamento de
Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico assinam um convénio no quadro
das investigações arqueológicas realizadas sob a égide do Museu de Peniche em
torno dos sítios arqueológicos do San Pedro de Alcantara. O protocolo
destina-se a concretizar um pedido de financiamento, por parte do Museu de
Peniche e do Instituto Superior Técnico, no quadro do programa comunitário
Praxis XXI, para realização da modelização das formas de um navio de 64 canhões
do tipo do San Pedro de Alcantara.
Setembro, Lima, Perú : a convite do historiador naval
peruano Jorge Ortiz, Jean-Yves Blot e Maria Luisa P.Blot apresentam alguns
aspectos dos trabalhos realizados em Peniche em torno dos sítios arqueológicos
do San Pedro de Alcantara no decurso de um Colóquio Internacional de
História Marítima realizado em Lima pela Universidade Católica daquela cidade.
No decurso da estadia, os arqueólogos visitam sítios
arqueológicos relacionados com o San Pedro de Alcantara, nomeadamente em
grutas e ruínas da região de Tarma onde, no princípio dos anos 1780 os
botanistas Ruiz e Pavon recolheram peças de cerâmicas e outras antiguidades do
Perú pré-hispânico que enviaram a bordo do San Pedro de Alcantara .
Os vestígios dessas colecções científicas encontram-se hoje
debaixo do mar de Peniche.
1996 :
Julho : Escorial, Espanha, curso da Universidade Complutense
de Madrid. Os últimos aspectos da investigação relacionada com as questões de
arqueologia naval do sítio submarino de Peniche são apresentados por J-Y Blot (
"San Pedro de Alcantara: analyse d'un cas de surcharge").
Director do Curso: Cruz Apestegui, Escuela de Ingenieros Navales, Madrid.
Final do Verão: por despacho do ministro da Cultura de Julho
de 1996, após decisão da anterior Comissão do Património Cultural Subaquático e
informação do IPPAR de 10/8/1995 , os trabalhos arqueológicos em Peniche no
sítio submarino do naufrágio do San Pedro de Alcantara serão reiniciados
no próximo mês de Setembro de 1997, com subsídio do IPPAR (Instituto Português
do Património Arquitectónico e Arqueológico) e apoios da Câmara Municipal de
Peniche, Capitania do Porto de Peniche , Clube Naval de Peniche e Bombeiros
Voluntários de Peniche.
O programa da campanha SPA 1996-1997 consiste em instalar no
fundo do mar uma rede de triangulação em três dimensões (dezenas de marcos
topográficos submarinos cravados na rocha-mãe com pistola pneumática) para
poder realizar-se em seguida uma cartografia submarina de grande precisão.
Para tal efeito, as profundidades são medidas com uma
precisão de alguns centímetros e as distâncias com uma precisão da ordem de 2 a
3 milímetros em todo o perímetro associado ao naufrágio de 1786.
Esta "rede" de topografia submarina destina-se a
cobrir toda a zona do fundo do mar de Peniche onde existe possibilidade de
serem encontrados vestígios arqueológicos relacionados com o naufrágio do San
Pedro de Alcantara de 1786.
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